quinta-feira, 5 de agosto de 2010

GLUTAMINA: Nutrição e Proteção


Para que o corpo humano possa estar em equilíbrio e gozar de saúde física e psíquica é preciso garantir uma alimentação equilibrada, acompanhada de uma refnada qualidade e quantidade de exercícios físicos. Baseado nesta hipótese, a comunidade cientÍfca tem se dedicado ao entendimento dos eventos que regem a nutrição esportiva, no intuito de orientar praticantes de atividade física quanto aos cuidados que acompanham a prática constante de exercícios, principalmente quando estes são intensos, já que tem sido verifcado um desbalanço na oferta de diferentes substratos ou aminoácidos, desencadeando a síndrome de overtreino (fadiga muscular por excesso de treinamento).

Pode-se estimar que aproximadamente 60% de todos os aminoácidos livres no corpo estão na forma de glutamina. Vale destacar que a glutamina não é um aminoácido essencial, sendo produzido pelo músculo e literalmente “arrancado” dele em períodos de treinamento pesado, condição em que se observa perda de massa muscular decorrente do esgotamento da glutamina tecidual.

Estudos do perfl fsiológico da ação da glutamina revelaram que, além de atuar como nutriente (substrato energético), apresenta ainda uma importante função anabólica e anticatabólica promovendo o crescimento muscular e desempenhando assim um papel vital no metabolismo da proteína e na recuperação muscular.

O músculo é o maior armazenador de glutamina. As células do cérebro e pulmão são produtoras regulares de glutamina, enquanto as células do intestino, rins e sistema imunológico são consumidoras. O músculo e o fígado podem tanto produzir como consumir. Assim, uma suplementação adequada deste
aminoácido metabolizável, além de prevenir o catabolismo, é capaz de estimular a síntese protéica (aumento de massa muscular), prevenindo o temido overtraining.

Muitas vezes, a suplementação oral de glutamina falha em induzir elevação na sua concentração plasmática, pois os enterócitos (células do epitélio intestinal) consomem a maior parte deste aminoácido. Porém esta suplementação oral poupa a glutamina do corpo (endógena), aumentando a disponibilidade deste aminoácido para outros tecidos. A glutamina não é somente utilizada pelo tecido muscular, mas também em grande quantidade pelo sistema imunológico e pelo sistema digestivo. Durante períodos de treinamento intenso, as concentrações plasmáticas deste aminoácido podem declinar e nosso corpo não é capaz de
produzi-lo sufcientemente. Isto pode resultar no esgotamento dos níveis de glutamina em nossos músculos e desta maneira causar avaria no músculo e na imunidade.

Dentro de um aspecto multifatorial vamos destacar as ações ligadas à glutamina, cuja maior produção e liberação está relacionada a ajustes fsiológicos, como por exemplo, frente ao exercício físico ou em condições estressoras (cirurgias, traumas, queimaduras...), condições cuja demanda está aumentada.

Neste sentido, a suplementação com glutamina em indivíduos submetidos a fatores estressantes tem contribuído para que a queda da síntese protéica não seja tão acentuada. O uso da glutamina
como agente de suplementação nutricional tem sido foco intensamente explorado na literatura devido a sua importância fundamental para muitas funções homeostáticas e funcionamento de inúmeros tecidos do nosso organismo, particularmente no que tange ao sistema imunológico para o qual é um nutriente indispensável.

Além do exposto acima, sabe-se que a glutamina tem uma estrutura única, constituída de 19% de nitrogênio, tornando-se o nutriente responsável por 35% de todo nitrogênio que chega ao tecido muscular onde é sintetizado para crescimento. Foi demonstrado que a suplementação com 2-6g/dia de glutamina pode aumentar em 400% as concentrações plasmáticas do hormônio do crescimento (GH), conseqüentemente sua massa muscular e a perda de gordura.

O suplemento pode ser ingerido em qualquer momento do dia, porém os mais importantes são logo após o treino de musculação e antes de dormir, de preferência misturada com suco, para aumentar a secreção de insulina, facilitando o transporte do nutriente para dentro da célula muscular. Enquanto substrato energético, a glutamina também pode estimular a síntese de glicogênio (importante reserva energética), aumentando conseqüentemente a disponibilidade de energia para os processos anabólicos.

Outro fator a se considerar faz referência à prática regular de atividade física (leve) na qual ocorre aumento na funcionalidade do sistema imunológico. No entanto, para os praticantes de musculação pode ocorrer o contrário, com uma baixa no sistema imunológico, decorrente da pouca oferta deste poderoso aminoácido. Quando praticamos exercício físico, nosso sistema neuroendócrino induz uma efetiva elevação na secreção do hormônio cortisol, o qual está correlacionado positivamente com aumento no fuxo de glutamina para fora do músculo.


O cortisol parece ter efeito estimulatório sobre a glutamina sintetase, aumentando sua atividade, desviando o destino do pool de aminoácidos para mudança na síntese protéica, contribuindo para perda de massa. Além disto, a glutamina também desempenha um papel modulador na secreção de outros hormônios como: o de crescimento, Prolactina e o hormônio estimulador do córtex da glândula supra-renal (ACTH).

Por fm, diversos estudos demonstraram o papel desse aminoácido enquanto agente que promove diminuição do catabolismo muscular associado à elevação na síntese de glicogênio; é sugestivo o fato do aminoácido também participar nas dinâmicas que promovem o crescimento muscular e ao mesmo tempo minimizar a imunossupressão induzida pelo exercício. Um ponto-chave que deve estar constantemente presente na mente dos praticantes de atividade física é que a suplementação com glutamina permite alcançar os maiores benefícios durante o período de recuperação pós-exercício aliando nutrição e proteção.

Dentre as ações da glutamina é sabido que ela exerce papel fundamental na terapia nutricional devido à diversidade de suas funções, como:

• É necessária para o crescimento e diferenciação celular;
• Atua como veículo para transporte de nitrogênio e cadeia carbônica entre os órgãos;
• Regula a síntese de proteína e glicogênio;
• Fornece energia aos fbroblastos;
• Aumenta a síntese do colágeno;
• Constitui substrato para as células da mucosa intestinal (enterócitos), células do túbulo renal, células endoteliais;
• Tem importância fundamental no metabolismo energético, na síntese protéica, e na capacidade
de defesa do organismo;
• Atua como fonte de energia para as células de rápida proliferação, como os fbroblastos, os glóbulos brancos, (células de defesa) e células do epitélio intestinal;
• Promove o balanço nitrogenado positivo;
• Normaliza a permeabilidade e integridade intestinal;
• Aumenta a resistência à infecção por melhora da função fagocitária.


PROF. DR. CARLOS ALBERTO DA SILVA
Biólogo pela UNIMEP
Mestre e Doutor em Fisiologia Humana pelo
Depto. de Fisiologia e Biofísica da UNICAMP


OXXY NUTRY Nutrição e Suplementação
Energia para o seu dia MAC SHOPPING - Loja 23 - Estreito - Florianópolis - SC
48 3024-3232

Nenhum comentário:

Postar um comentário